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Este é o tema do momento. Com cada vez mais porta-vozes, estudos publicados e notícias relativas ao estado do planeta, é difícil ficar indiferente.

É a escassez de recursos, os fenómenos meteorológicos cada vez mais agressivos, os habitats degradados e as espécies que todos os dias desaparecem. Preocupemo-nos em perceber melhor o que, de facto, se está a passar.

O que se passa é que, desde 1970, estamos a gastar mais recursos naturais do que conseguimos produzir (com todas as consequências ambientais que daí advém).

Se cada pessoa no mundo vivesse como um português comum, precisaríamos de 2,19 planetas para sustentar as nossas necessidades de recursos (e a pegada ambiental portuguesa nem chega a estar na lista dos 50 piores países).

Mas afinal o que é a Pegada Ecológica?

A pegada ecológica é uma estimativa da extensão de terreno bio-produtivo (terra e mar) que uma unidade de população precisa para manter o seu estilo de vida - sendo que esta unidade de população pode ser um país, uma cidade, uma empresa ou mesmo um indivíduo.

O valor de pegada ambiental diz-nos, em hectares globais, quanto espaço de “planeta” seria necessário para gerar os recursos naturais e absorver os resíduos de todas as nossas atividades - as escolhas que fazemos, os produtos que compramos ou serviços que utilizamos.

Ao fazer esta estimativa, desde a produção, distribuição, utilização e pós-uso de tudo o que fazemos e possuímos, conseguimos quantificar, de uma forma aproximada, qual é o impacto que a nossa vida atual tem no meio ambiente.

Num planeta equilibrado e sustentável, o valor da pegada ecológica de um grupo de pessoas deveria ser semelhante à bio-capacidade do espaço onde vivem (capacidade de gerar recursos naturais).

Em Portugal no ano de 2018, por exemplo, gastámos no dia 16 de junho todos os recursos naturais que o país conseguiria produzir até ao fim do ano – só este ano, há 6 meses que estamos em dívida para com o planeta.

Como é que calculo a minha pegada?

Pode utilizar diferentes ferramentas para saber de forma detalhada como o seu estilo de vida está a afetar o planeta e ambiente. É possível comparar os recursos que a sua rotina exige com os que deveria gastar, mostrando-lhe zonas críticas do seu consumo e dando-lhe dicas para reduzir esse impacto.

Apesar de existirem várias ferramentas online para calcular a sua pegada ecológica, com diferentes orientações e profundidade, hoje trazemos-lhe uma das mais conhecidas e completas – a calculadora Footprint Calculator.

Não admira que esta seja uma das calculadoras mais interessantes disponíveis online. Afinal de contas foi desenvolvida pela Global Footprint Network e fundada por Mathis Wackernagel, o criador do termo “Pegada Ecológica”.

Apesar de estar em Inglês, esta calculadora é muito intuitiva, com uma interface apelativa e vários níveis de precisão. Consegue fazer uma análise mais superficial ou aprofundada, dependendo do detalhe de informação que lá coloquemos.

Para além do resultado em “planetas”, esta calculadora de pegada ecológica dá-lhe também o dia do seu “Overshoot Day” – o dia em que gasta, individualmente, os recursos que tinha disponíveis durante um ano.

Outros fatores diferenciadores desta calculadora é o facto de lhe mostrar, no fim do cálculo, valores detalhados da sua pegada ecológica por categoria de consumo, a sua pegada carbónica em quantidades de emissões, soluções e dicas práticas divididas por área (Cidade, Energia, Comida e População) com estatísticas e informação muito útil.

Faça o teste e descubra o que pode mudar na sua pegada para reduzir o impacto que tem no ambiente.

Onde entra a tecnologia?

Apesar das vantagens óbvias que o sector da tecnologia nos trouxe, pelo seu crescimento exponencial, exigência de energia elétrica e especificações de produção, é um dos que mais pegada ambiental tem.

É a grande quantidade de aparelhos eletrónicos produzida num curto espaço de tempo e a exigência energética em grande escala, que gera muitos sobreprodutos prejudiciais ao planeta (grande parte dessa energia, por enquanto, ainda é produzida com base em combustíveis fósseis).

Na produção, é a utilização de metais raros, extraídos em pedreiras e muitas vezes sem cumprir normas ambientais, e os químicos prejudiciais e tóxicos como o chumbo e mercúrio, utilizados também na produção.

Contudo, apesar deste impacto, a tecnologia é apontada como uma das possíveis soluções para reduzir as nossas pegadas ambientais a níveis possíveis de garantir um futuro digno para as futuras gerações.

Como pode a tecnologia ser solução?

Apesar deste impacto ambiental, o sector tecnológico está cada vez mais focado em arranjar soluções para as alterações climáticas, com aparelhos eletrónicos mais ecológicos e eficientes, mobilidade sustentável, tecnologias de autogestão e alternativas cómodas às grandes ameaças ambientais dos dias de hoje.

Como afirma Christiana Figueres, a arquiteta por detrás do Acordo de Paris de 2015, “o chip humano não está feito para a eficiência” – é aí que a tecnologia pode fazer a diferença.

Com o sector tecnológico em sintonia com a sustentabilidade, será possível otimizar processos de produção e distribuição, conduzindo o desperdício de recursos para níveis mínimos.

E para já, como posso reduzir a minha pegada?

São várias as dicas fáceis de implementar para reduzir a sua pegada ambiental, sendo que a mais importante de todas é pensar antes de qualquer decisão e fazer escolhas com consciência.

O que significa isto? No que toca a tecnologia, significa escolher eletrodomésticos confiáveis, de qualidade e com ciclos de vida mais longos, utilizar os dispositivos até ao limite e optar por opções com o menor consumo energético possível (como é o caso da nossa LG TWINWash™, por exemplo).

Contudo, é também importante a pós-utilização. Quando um dispositivo eletrónico fica desatualizado, pode ser reaproveitado (ser doado ou utilizado para propósitos diferentes).

Faça o que fizer, nunca deite estes aparelhos no lixo comum – procure uma via responsável e deixe-os nos locais corretos para serem reciclados (todos eles contêm materiais raros com valor, como o alumínio, por exemplo, que ao ser reciclado gasta 95% menos energia do que a necessária para produzir a mesma quantidade nova).

O próximo passo é simples: perder a mentalidade “compra e deita fora”, poupar recursos e optar por produtos mais sustentáveis, recusar, reduzir, reutilizar e, em último caso, reciclar.

Contudo, e acima de tudo, o foco está no repensar: nas coisas que fazemos e decisões que tomamos diariamente, imaginando sempre o futuro que queremos dar a esta nossa casa e todos os que nela irão habitar.

Life’s Good!